quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Projeto de Gestão - janeiro 2014/dezembro 2016: Camila para Diretora do Beatriz


ESCOLA BÁSICA MUNICIPAL BEATRIZ DE SOUZA BRITO

O Projeto de Gestão que apresentamos, ao mesmo tempo em que representa a continuidade do trabalho pedagógico que vem sendo desenvolvido na Escola Beatriz, contempla aspectos fundamentais que precisam ser enfrentados nestes novos tempos, como a discussão em torno da educação integral.
 
CONTEXTO 

No ano de 1963 foram unidas as quatro casas-escola do bairro Pantanal e criado em um único lugar o Grupo Escolar Beatriz de Souza Brito, que em 1986 foi transformado em Escola Básica. Portanto, no ano de 2013 comemoramos o cinquentenário da Escola Básica Municipal Beatriz de Souza Brito, que se localiza na Servidão Crescêncio Mariano e atende hoje 495 estudantes, sendo 267 do 1º ao 5º ano e 228 do 6º ano a 8ª série.

São 12 turmas de anos iniciais e 7 de anos finais, pois em decorrência do processo de implementação do ensino fundamental de 9 anos, em 2013, a Rede Municipal de Florianópolis possui sua última turma remanescente do ensino de 8 anos. Este atendimento é possibilitado por 61 profissionais, sendo 12 professores atuando nos anos iniciais, 9 nos anos finais e 2 nos anos iniciais e finais; 23 profissionais de apoio pedagógico/administrativo e 15 de apoio administrativo/pedagógico.

O atual prédio da Escola Beatriz, inaugurado em 1986, aguarda por uma reforma desde o ano de 2008, quando o projeto começou a ser pensado. Esse sonho deverá se concretizar em 2014, de acordo com o planejamento da Secretaria Municipal de Educação.

OBJETIVOS:

. Consolidar e sistematizar o Projeto Político-Pedagógico, considerando: o compromisso da escola com a formação de leitores e escritores, a nova realidade dos anos iniciais e o entendimento da educação enquanto um processo de humanização e formação integral;

. Fortalecer a gestão democrática, desenvolvendo ações que tornem a participação um conteúdo formativo.  

REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

No ano de 2000, o Brasil participou do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que avaliou a área de leitura. Os resultados mostraram que, dos estudantes que realizaram a prova, 22,21% encontravam-se em nível muito crítico de leitura e 36,76%, no nível crítico (BRASIL, 2008). Outras avaliações, criadas para acompanhar a evolução do desempenho escolar, como o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), reforçavam este diagnóstico.

A realidade da Escola Beatriz neste período não era diferente do restante do Brasil. Em 2005, o IDEB da Escola nos anos iniciais era de 3,3 e nos anos finais de 3,9, indicando que algo precisava ser feito. Principalmente se entendermos que o domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, é condição de maior participação social, pois pela linguagem os indivíduos se comunicam, acessam à informação, defendem e partilham visões de mundo, produzem cultura. Porém, a importância e o valor atribuídos aos usos da linguagem são determinados historicamente, de acordo com as demandas sociais de cada momento. Hoje, não basta saber ler e escrever: é preciso fazer uso dessa tecnologia nas práticas sociais de leitura e escrita, o que implica operar com um conceito fundamental da atualidade, qual seja, o de letramento.

A partir desse contexto histórico e social iniciamos, em 2004, a implementação do Curso de Formação “Ler e escrever: compromisso da escola, compromisso de todas as áreas”, envolvendo todos os profissionais da Escola no estudo da leitura, o que implicava enfrentar questões como: o que é ler, para que ler, como ensinar a ler e a quem compete essa tarefa.

Em 2013 comemoramos dez anos dessa história de formação que, aos poucos, tomou corpo e contagiou todos os nossos espaços e tempos de discussão e produção de conhecimento: do planejamento das aulas aos projetos de leitura e saídas de estudos, da redefinição do conselho de classe à definição dos eixos articuladores do currículo, da definição dos conteúdos de cada área do conhecimento à discussão e sistematização do projeto político-pedagógico.

Mas, como toda história é marcada por limites e possibilidades, por avanços e recuos, continuidades e rupturas, chegamos a um momento na história político-pedagógica da Escola Beatriz que precisamos ter a coragem de avaliar o caminho percorrido, considerando principalmente a nova realidade educacional, para continuar e aprofundar o que considerarmos importante, mas também para ousar fazer de outro jeito se for necessário.

A partir de 2007, com a implementação do ensino fundamental de nove anos e a entrada de crianças de 6 anos na escola, o processo de alfabetização inicial ganha novos significados e a escola tem novos desafios a enfrentar. E é sob esse novo contexto que, em 2009, o PIBID/Pedagogia-UFSC nos coloca diante da necessidade de compreender a infância como “a condição social de ser criança”; a criança como “um ser humano de pouca idade, capaz de ‘participar’ da cultura em interação com outras crianças, adultos e com os artefatos humanos, materiais e simbólicos”; e “a escola como um lugar privilegiado da infância nos nossos tempos” (pressupostos do GEPIEE - Grupo de Estudos e Pesquisas Infância, Educação e Escola).

Além desses aspectos, ganha força no cenário educacional brasileiro o debate em torno da educação integral e a educação em tempo integral, e a Escola Beatriz não pode mais se furtar a enfrentá-lo.


METAS / CRONOGRAMA / AÇÕES


META: APROFUNDAMENTO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA, TORNANDO A PARTICIPAÇÃO UM CONTEÚDO FORMATIVO (jan. 2014 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Fortalecer as instâncias de participação e decisão da Escola;

. Incentivar a criação de canais de participação direta mais sistemáticos;

. Desenvolver trabalho sistemático junto aos estudantes do 1º ao 9º ano, considerando a participação enquanto um conteúdo formativo;

. Reelaborar o estatuto da APP e o regimento do Conselho de Escola;

. Discutir sistematicamente formas de arrecadação e aplicação dos recursos da APP/Conselho de Escola;

. Publicizar à comunidade escolar a prestação de contas da APP/Conselho de Escola.


META: CONSOLIDAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO (jan. 2014 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Intensificar o processo de discussão e sistematização do Projeto Político-Pedagógico;

. Ampliar a discussão do PPP junto aos pais e estudantes;

. Intensificar o processo de discussão e sistematização do currículo;

. Elaborar o regimento interno da Escola; manter a assessoria das professoras Terezinha Bertin e Regina Célia Santiago;

. Buscar assessoria para o debate em torno da educação integral e da educação em tempo integral;

. Criar novos espaços e tempos de socialização do trabalho pedagógico.


META: QUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR POR MEIO DA REVISÃO/ALTERAÇÃO DO PROJETO DE REFORMA DA ESCOLA (jan. 2013 – jul. 2015)

AÇÕES:

. Criar uma comissão para o acompanhamento da reforma da Escola;

. Redimensionar o projeto previsto para o segundo bloco, buscando a ampliação da sala informatizada e da biblioteca, por meio da criação de uma sala multimídia com tratamento acústico e equipamento tecnológico adequado;

. Defender junto à SME a necessidade, diante da atual realidade educacional, da construção de um laboratório de ciências com uma área externa para a realização de experimentos;

. Propor a ampliação da sala multiuso destinando espaço para exposição e o armazenamento de materiais;

. Retomar o projeto de humanização do espaço interno e externo: instalação de brinquedos integrados a natureza para a constituição de cantos lúdicos e de bancos e mesas para os cantos de convivência, plantio de árvores nativas e frutíferas, colocação de lixeiras seletivas;

. Redimensionar o atual espaço informal destinado a brinquedos e brincadeiras, transformando-o em uma brinquedoteca;

. Criar no ginásio um espaço adequado para depósito de materiais e do lixo/papel para reciclagem;

. Construir uma lixeira para uso da Escola e Creche;

. Defender a construção de uma área coberta próxima à guarita para a proteção das crianças/adolescentes e seus familiares;

. Repensar o projeto de reforma visando incluir aspectos de sustentabilidade e segurança no trânsito;

. Exigir da PMF o acabamento da obra de contenção do morro da Igreja.


META: QUALIFICAÇÃO DOS FLUXOS E SERVIÇOS DE APOIO ADMINISTRATIVO E PEDAGÓGICO DA ESCOLA E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS (jan. 2013 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Criar uma política de acolhimento/acompanhamento dos novos profissionais;

. Redefinir os espaços, os responsáveis e os fluxos, otimizando a utilização dos equipamentos, dos materiais didático-pedagógicos e outros;

. Informatizar os dados sobre o armazenamento de materiais didático-pedagógicos e outros;

. Disponibilizar computadores para a pesquisa na biblioteca;

. Dar continuidade à política de ampliação e qualificação do acervo da biblioteca escolar;

. Estudar a demanda da Escola em relação aos materiais de uso individual e coletivo no sentido de qualificar a solicitação à SME;

. Incentivar a participação dos profissionais em cursos de formação continuada;

. Apoiar iniciativas que possibilitem a ampliação do universo cultural dos profissionais;

. Repensar os espaços de convivência e descanso dos profissionais;

. Possibilitar melhores condições de trabalho e segurança aos profissionais de apoio.


META: QUALIFICAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO E VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DOCENTE (jan. 2014 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Criar uma política de acolhimento/acompanhamento dos novos professores;

. Repensar o projeto de formação continuada da Escola Beatriz;

. Repensar a metodologia dos Conselhos de Classe;

. Garantir a implementação da hora-atividade conforme a Portaria nº 130 de 2013;

. Qualificar o (re)planejamento do trabalho pedagógico em sala de aula, criando novos espaços e tempos de estudo, discussão e articulação das diferentes áreas do conhecimento;

. Definir, com os professores-auxiliares, diretrizes para o encaminhamento do trabalho;

. Qualificar as saídas de estudos;

. Apoiar iniciativas que possibilitem a ampliação do universo cultural do professor;

. Articular o trabalho pedagógico com a Creche Nossa Senhora Aparecida;

. Incentivar a participação dos professores em eventos culturais e educacionais.


META: AMPLIAÇÃO DO UNIVERSO CULTURAL E DA PARTICIPAÇÃO E PERMANÊNCIA DOS ESTUDANTES NA ESCOLA (jan. 2013 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Criar uma política de acolhimento/acompanhamento dos novos estudantes;

. Apoiar iniciativas que possibilitem a participação dos estudantes em atividades educacionais, culturais e esportivas;

. Buscar a garantia do Atendimento Educacional Especializado – AEE aos estudantes com deficiência;

. Problematizar, junto à SME, a Política de AEE;

. Apoiar os alunos que apresentam dificuldades econômicas graves;

. Estudar junto ao CRAS a possibilidade de inclusão de novas famílias da Escola no Programa Bolsa Família;

. Desenvolver ações que visem à diminuição dos atuais índices de evasão e aprovação com restrição;

. Apoiar iniciativas que possibilitem a ampliação do universo cultural dos estudantes;

. Qualificar as possibilidades de espaço/atividades a serem desenvolvidas no horário do recreio;

. Retomar o projeto de escolinha de futebol com profissional especializado;

. Criar uma política de apoio aos estudantes da 8ª série/9ºano e seus familiares;

. Qualificar o trabalho de apoio pedagógico.


META: CRIAÇÃO DE UMA POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO DA ESCOLA (2014)

AÇÕES:

. Elaborar uma Política de Comunicação da Escola; criar um canal específico de comunicação da direção com a comunidade escolar - “Fale com a diretora” - utilizando-se de meios impressos, digitais e encontros pessoais;

. Incentivar projetos que envolvam leitores e escritores da palavra e da imagem, para a apropriação dos meios de comunicação a fim de que nestes se expressem os direitos das crianças, jovens e adultos à fruição e produção de material educacional de qualidade;

. Possibilitar o acesso aos meios, promover o olhar crítico, a releitura e reescritura de saberes a partir das elaborações e produções da comunidade escolar;

. Criar e implementar canais de comunicação da escola com a comunidade escolar, e desta com a sociedade, socializando e publicizando as ações desenvolvidas na e pela Escola;

. Construir um mural na entrada da Escola para socialização do calendário escolar, de eventos educacionais, artístico, culturais e esportivos da escola, da comunidade e da cidade.


OUTRAS AÇÕES:

. Fortalecer/ampliar as parcerias com outras instituições (UFSC, UDESC, SESI, ELASE, entre outras);

. Participar das discussões junto ao CCPAN e ao Fórum da Bacia do Itacorubi em torno da duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira;

. Dar continuidade e qualificar as ações em torno da segurança na Escola Beatriz;

. Discutir junto a SME e Conselho Municipal de Educação a implementação da política intersetorial (áreas da saúde, assistência e cultura) prevista no Plano Municipal de Educação.


TRANSFORMAÇÃO

Trans: “através de”, “depois de”, ou “para além de”.
Forma: “maneira de ser exterior”, “aspecto exterior”.
Ação: “o que se faz”, “agir”, “sequência de acontecimentos”.


Florianópolis, 11 de novembro de 2013.


CAMILA PORCIUNCULA SANTOS
Candidata a Direção da Escola Beatriz

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