segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido


Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido

Moacir Gadotti

Por Que Ser Professor?
Crise De Identidade, Crise De Sentido
Formação Continuada Do Professor
Ser Professor Na Sociedade Aprendente
Aprender Com Emoção, Ensinar Com Alegria
Educar Para Uma Vida Sustentável
Ser Professor, Ser Educador

Trecho

Por Que Ser Professor?

A beleza existe em todo lugar. Depende do nosso olhar, da nossa sensibilidade; depende da nossa consciência, do nosso trabalho e do nosso cuidado. A beleza existe porque o ser humano é capaz de sonhar.

Inspirei-me em Paulo Freire para escrever esse livro. Paulo Freire nos fala em sua Pedagogia da autonomia da “boniteza de ser gente”, da boniteza de ser professor: “ensinar e aprender não podem se dar fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. Paulo Freire chama a atenção para a essencialidade do componente estético da formação do educador.

Coloquei um título que fala de sonho e de sentido que querem dizer a mesma coisa. “Sentido” quer dizer caminho não percorrido mas que se deseja percorrer, portanto, significa projeto, sonho, utopia. Aprender e ensinar com sentido é aprender e ensinar com um sonho na mente. A pedagogia serve de guia para realizar esse sonho.

Paulo Freire, em 1980, logo após voltar de 16 anos de exílio, reuniu-se com um grande número de professores em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais. Falou-lhes de esperança, de “sonho possível”, temendo por aqueles e aquelas que “pararem com a sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem de denunciar e de anunciar”, aqueles e aquelas que, “em lugar de visitar de vez em quando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, que em lugar desta viagem constante ao amanhã, se atrelem a um passado de exploração e de rotina”.

Dezessete anos depois, em 1997, em seu último livro, lançado três semanas antes de falecer, ele se mantinha fiel à mesma linha de pensamento, reafirmando o sonho e a utopia diante da “malvadez neoliberal”, diante do “cinismo de sua ideologia fatalista e a sua recusa inflexível ao sonho e à utopia”. Denúncia de um lado, anúncio de outro: a sua “pedagogia da autonomia” frente à pedagogia neoliberal.

(...) Paulo Freire nos falava da “boniteza” do sonho de ser professor de tantos jovens desse planeta. Se o sonho puder ser sonhado por muitos deixará de ser um sonho e se tornará realidade.

A realidade, contudo, é muitas vezes bem diferente do sonho. Muitos de meus alunos e alunas, seja na Pedagogia, seja na Licenciatura, não pensam em se dedicar às salas de aula. Muito revelam desinteresse em seguir a carreira do magistério, mesmo estando num curso de formação de professores.

Pesam muito nessa decisão as condições concretas do exercício da profissão. Preparam-se para ser professor e irão exercer outra profissão.


GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: Ensinar-e-aprender com sentido. São Paulo: GRUBHAS, 2003.

Confira o texto completo clicando aqui.

A "boniteza de ser gente" na Escola


Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática docente

Paulo Freire

Não há docência sem discência

Ensinar exige rigorosidade metódica
Ensinar exige pesquisa
Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos
Ensinar exige criticidade
Ensinar exige estética e ética
Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação
Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural

Ensinar não é transferir conhecimento

Ensinar exige consciência do inacabamento
Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado
Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando
Ensinar exige bom senso
Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores
Ensinar exige apreensão da realidade
Ensinar exige alegria e esperança
Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível
Ensinar exige curiosidade

Ensinar é uma especificidade humana

Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade
Ensinar exige comprometimento
Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo
Ensinar exige liberdade e autoridade
Ensinar exige tomada consciente de decisões
Ensinar exige saber escutar
Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica
Ensinar exige disponibilidade para o diálogo
Ensinar exige querer bem aos educandos


FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática docente. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura)

Trechos

Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar. A boniteza de ser gente se acha, entre outras coisas, nessa possibilidade e nesse dever de brigar. Saber que devo respeito à autonomia e à identidade do educando exige de mim uma prática em tudo coerente com este saber. Pág 25

Todo ensino de conteúdos demanda de quem se acha na posição de aprendiz que, a partir de certo momento, vá assumindo a autoria também do conhecimento do objeto. O professor autoritário, que recusa escutar os alunos, se fecha a esta aventura criadora. Nega a si mesmo a participação neste momento de boniteza singular: o da afirmação do educando como sujeito de conhecimento. É por isso que o ensino dos conteúdos, criticamente realizado, envolve a abertura total do professor ou da professora, à tentativa legítima do educando para tomar em suas mãos a responsabilidade de sujeito que conhece. Mais ainda, envolve a iniciativa do professor que deve estimular aquela tentativa no educando, ajudando-o para que a efetive. Pág. 47

A atividade docente de que a discente não se separa é uma experiência alegre por natureza. E falso também tomar como inconciliáveis seriedade docente e alegria, como se a alegria fosse inimiga da rigoridade. Pelo contrário, quanto mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha docência, tanto mais alegre me sinto e esperançoso também. A alegria não chega apenas no encontro do achado mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria. O desrespeito à educação, aos educandos, aos educadores e às educadoras corrói ou deteriora em nós, de um lado, a sensibilidade ou a abertura ao bem querer da própria prática educativa de outro, a alegria necessária ao que-fazer docente. É digna de nota a capacidade que tem a experiência pedagógica para despertar, estimular e desenvolver em nós o gosto de querer bem e o gosto da alegria sem a qual a prática educativa perde o sentido. É esta força misteriosa, às vezes chamada vocação, que explica a quase devoção com que a grande maioria do magistério nele permanece, apesar da imoralidade dos salários. E não apenas permanece, mas cumpre, como pode, seu dever.

Amorosamente, acrescento. Mas é preciso, sublinho, que, permanecendo e amorosamente cumprindo o seu dever, não deixe de lutar politicamente, por seus direitos e pelo respeito à dignidade de sua tarefa, assim como pelo zelo devido ao espaço pedagógico em que atua com seus alunos.

É preciso, por outro lado, reinsistir em que não se pense que a prática educativa vivida com afetividade e alegria, prescinda da formação científica séria e da clareza política dos educadores ou educadoras. A prática educativa é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente, da permanência do hoje. Pág. 53

O educador progressista precisa estar convencido como de suas consequências é o de ser o seu trabalho uma especificidade humana. Já vimos que a condição humana fundante da educação é precisamente a inconclusão de nosso ser histórico de que nos tornamos conscientes. Nada que diga respeito ao ser humano, à possibilidade de seu aperfeiçoamento físico e moral, de sua inteligência sendo produzida e desafiada, os obstáculos a seu crescimento, o que possa fazer em favor da boniteza do mundo como de seu enfeamento, a dominação a que esteja sujeito, a liberdade por que deve lutar, nada que diga respeito aos homens e às mulheres pode passar despercebido pelo educador progressista. Não importa com que faixa etária trabalhe o educador ou a educadora. O nosso é um trabalho realizado com gente, miúda, jovem ou adulta, mas gente em permanente processo de busca. Gente formando-se, mudando, crescendo, reorientando-se, melhorando, mas, porque gente, capaz de negar os valores, de distorcer-se, de recuar, de transgredir. Não sendo superior nem inferior a outra prática profissional, a minha, que é a prática docente, exige de mim um alto nível de responsabilidade ética de que a minha própria capacitação científica faz parte. É que lido com gente. Lido, por isso mesmo, independentemente do discurso ideológico negador dos sonhos e das utopias, com os sonhos, as esperanças tímidas, às vezes, mas às vezes, fortes, dos educandos. Se não posso, de um lado, estimular os sonhos impossíveis, não devo, de outro, negar a quem sonha o direito de sonhar. Lido com gente e não com coisas. Pág. 53

Acesse o texto completo clicando aqui.

Leia também:

GADOTTI, Moacir. A boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. São Paulo: Grubhas, 2003, clicando aqui.

Camila para a Transformação: propostas coerentes entre o pensar e o fazer



A candidatura da Profa. Camila nasce das reflexões sobre as ações desenvolvidas em especial nos últimos 10 anos da Escola Beatriz e apresenta, nesse contexto, as propostas para enfrentar os desafios desses novos tempos e espaços da Educação, envolvendo todos os sujeitos em um projeto de Escola, de sociedade e de mundo emancipadores.

Aceitando esses desafios, percebe que a escola é onde a comunidade relê e reescreve sobre ela mesma, e a partir de suas próprias ações, acertos e desacertos, olha para o passado e encara o futuro próximo na perspectiva da co-participação democrática, na qual todos assumam as responsabilidades -- individuais e coletivas -- para a TRANSFORMAÇÃO necessária: uma Escola compromissada e atuante, que respeita as singularidades de cada um e a pluralidade de seus sujeitos na criação e recriação de um mundo melhor e mais humano para todos.

Conheça as propostas da candidata Camila para a gestão da Escola clicando aqui.

Acompanhe pela página de Facebook clicando aqui.


As eleições para diretores da Rede Municipal de Educação de Florianópolis

As eleições para o cargo de diretor em Florianópolis, Santa Catarina,
acontecem em 30 de novembro de 2013 e envolvem 104 unidades escolares,
e um colégio eleitoral de 34 mil votantes: alunos, professores e pais.


Os dirigentes eleitos ficarão no cargo pelo período de três anos, de janeiro de 2014 a janeiro de 2017.

Entre as unidades que participarão das eleições, 79 têm apenas um candidato, são 36 creches, 20 núcleos de educação infantil, 14 escolas básicas e 9 desdobradas. Ao todo dezenove instituições têm dois aspirantes ao cargo, são 8 creches, 1 NEI, 9 escolas básicas e 1 desdobrada. Com três possíveis diretores, estão 6 instituições, 3 creches, 2 NEIs e 1 escola básica.

Por meio da parceria com Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que se fez através do apoio do Presidente Eládio Torret Rocha, as eleições ocorrerão com o uso de urnas eletrônicas.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

TRANSFORMAÇÃO para o respeito e cumprimento aos direitos das crianças e adolescentes


TRANSFORMAÇÃO para o respeito e cumprimento aos direitos das crianças e adolescentes

Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, A FIM DE LHES FACULTAR O DESENVOLVIMENTO FÍSICO, MENTAL, MORAL, ESPIRITUAL E SOCIAL, EM CONDIÇÕES DE LIBERDADE E DE DIGNIDADE.

Art. 4º É DEVER DA FAMÍLIA, DA COMUNIDADE, DA SOCIEDADE EM GERAL E DO PODER PÚBLICO ASSEGURAR, COM ABSOLUTA PRIORIDADE, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013

 Art. 4o  O jovem tem direito à participação social e política e na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de juventude.

Parágrafo único.  Entende-se por participação juvenil:

 I - A INCLUSÃO DO JOVEM NOS ESPAÇOS PÚBLICOS E COMUNITÁRIOS A PARTIR DA SUA CONCEPÇÃO COMO PESSOA ATIVA, LIVRE, RESPONSÁVEL E DIGNA DE OCUPAR UMA POSIÇÃO CENTRAL NOS PROCESSOS POLÍTICOS E SOCIAIS;

 II - o envolvimento ativo dos jovens em ações de políticas públicas que tenham por objetivo o próprio benefício, o de suas comunidades, cidades e regiões e o do País;

 III - a participação individual e coletiva do jovem em ações que contemplem a defesa dos direitos da juventude ou de temas afetos aos jovens; e

 IV - A EFETIVA INCLUSÃO DOS JOVENS NOS ESPAÇOS PÚBLICOS DE DECISÃO COM DIREITO A VOZ E VOTO.

 Art. 5o  A interlocução da juventude com o poder público pode realizar-se por intermédio de associações, redes, movimentos e organizações juvenis.

Parágrafo único.  É dever do poder público incentivar a livre associação dos jovens.

(Grifos meus)

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Projeto de Gestão - janeiro 2014/dezembro 2016: Camila para Diretora do Beatriz


ESCOLA BÁSICA MUNICIPAL BEATRIZ DE SOUZA BRITO

O Projeto de Gestão que apresentamos, ao mesmo tempo em que representa a continuidade do trabalho pedagógico que vem sendo desenvolvido na Escola Beatriz, contempla aspectos fundamentais que precisam ser enfrentados nestes novos tempos, como a discussão em torno da educação integral.
 
CONTEXTO 

No ano de 1963 foram unidas as quatro casas-escola do bairro Pantanal e criado em um único lugar o Grupo Escolar Beatriz de Souza Brito, que em 1986 foi transformado em Escola Básica. Portanto, no ano de 2013 comemoramos o cinquentenário da Escola Básica Municipal Beatriz de Souza Brito, que se localiza na Servidão Crescêncio Mariano e atende hoje 495 estudantes, sendo 267 do 1º ao 5º ano e 228 do 6º ano a 8ª série.

São 12 turmas de anos iniciais e 7 de anos finais, pois em decorrência do processo de implementação do ensino fundamental de 9 anos, em 2013, a Rede Municipal de Florianópolis possui sua última turma remanescente do ensino de 8 anos. Este atendimento é possibilitado por 61 profissionais, sendo 12 professores atuando nos anos iniciais, 9 nos anos finais e 2 nos anos iniciais e finais; 23 profissionais de apoio pedagógico/administrativo e 15 de apoio administrativo/pedagógico.

O atual prédio da Escola Beatriz, inaugurado em 1986, aguarda por uma reforma desde o ano de 2008, quando o projeto começou a ser pensado. Esse sonho deverá se concretizar em 2014, de acordo com o planejamento da Secretaria Municipal de Educação.

OBJETIVOS:

. Consolidar e sistematizar o Projeto Político-Pedagógico, considerando: o compromisso da escola com a formação de leitores e escritores, a nova realidade dos anos iniciais e o entendimento da educação enquanto um processo de humanização e formação integral;

. Fortalecer a gestão democrática, desenvolvendo ações que tornem a participação um conteúdo formativo.  

REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

No ano de 2000, o Brasil participou do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que avaliou a área de leitura. Os resultados mostraram que, dos estudantes que realizaram a prova, 22,21% encontravam-se em nível muito crítico de leitura e 36,76%, no nível crítico (BRASIL, 2008). Outras avaliações, criadas para acompanhar a evolução do desempenho escolar, como o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), reforçavam este diagnóstico.

A realidade da Escola Beatriz neste período não era diferente do restante do Brasil. Em 2005, o IDEB da Escola nos anos iniciais era de 3,3 e nos anos finais de 3,9, indicando que algo precisava ser feito. Principalmente se entendermos que o domínio da linguagem, como atividade discursiva e cognitiva, é condição de maior participação social, pois pela linguagem os indivíduos se comunicam, acessam à informação, defendem e partilham visões de mundo, produzem cultura. Porém, a importância e o valor atribuídos aos usos da linguagem são determinados historicamente, de acordo com as demandas sociais de cada momento. Hoje, não basta saber ler e escrever: é preciso fazer uso dessa tecnologia nas práticas sociais de leitura e escrita, o que implica operar com um conceito fundamental da atualidade, qual seja, o de letramento.

A partir desse contexto histórico e social iniciamos, em 2004, a implementação do Curso de Formação “Ler e escrever: compromisso da escola, compromisso de todas as áreas”, envolvendo todos os profissionais da Escola no estudo da leitura, o que implicava enfrentar questões como: o que é ler, para que ler, como ensinar a ler e a quem compete essa tarefa.

Em 2013 comemoramos dez anos dessa história de formação que, aos poucos, tomou corpo e contagiou todos os nossos espaços e tempos de discussão e produção de conhecimento: do planejamento das aulas aos projetos de leitura e saídas de estudos, da redefinição do conselho de classe à definição dos eixos articuladores do currículo, da definição dos conteúdos de cada área do conhecimento à discussão e sistematização do projeto político-pedagógico.

Mas, como toda história é marcada por limites e possibilidades, por avanços e recuos, continuidades e rupturas, chegamos a um momento na história político-pedagógica da Escola Beatriz que precisamos ter a coragem de avaliar o caminho percorrido, considerando principalmente a nova realidade educacional, para continuar e aprofundar o que considerarmos importante, mas também para ousar fazer de outro jeito se for necessário.

A partir de 2007, com a implementação do ensino fundamental de nove anos e a entrada de crianças de 6 anos na escola, o processo de alfabetização inicial ganha novos significados e a escola tem novos desafios a enfrentar. E é sob esse novo contexto que, em 2009, o PIBID/Pedagogia-UFSC nos coloca diante da necessidade de compreender a infância como “a condição social de ser criança”; a criança como “um ser humano de pouca idade, capaz de ‘participar’ da cultura em interação com outras crianças, adultos e com os artefatos humanos, materiais e simbólicos”; e “a escola como um lugar privilegiado da infância nos nossos tempos” (pressupostos do GEPIEE - Grupo de Estudos e Pesquisas Infância, Educação e Escola).

Além desses aspectos, ganha força no cenário educacional brasileiro o debate em torno da educação integral e a educação em tempo integral, e a Escola Beatriz não pode mais se furtar a enfrentá-lo.


METAS / CRONOGRAMA / AÇÕES


META: APROFUNDAMENTO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA, TORNANDO A PARTICIPAÇÃO UM CONTEÚDO FORMATIVO (jan. 2014 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Fortalecer as instâncias de participação e decisão da Escola;

. Incentivar a criação de canais de participação direta mais sistemáticos;

. Desenvolver trabalho sistemático junto aos estudantes do 1º ao 9º ano, considerando a participação enquanto um conteúdo formativo;

. Reelaborar o estatuto da APP e o regimento do Conselho de Escola;

. Discutir sistematicamente formas de arrecadação e aplicação dos recursos da APP/Conselho de Escola;

. Publicizar à comunidade escolar a prestação de contas da APP/Conselho de Escola.


META: CONSOLIDAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO (jan. 2014 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Intensificar o processo de discussão e sistematização do Projeto Político-Pedagógico;

. Ampliar a discussão do PPP junto aos pais e estudantes;

. Intensificar o processo de discussão e sistematização do currículo;

. Elaborar o regimento interno da Escola; manter a assessoria das professoras Terezinha Bertin e Regina Célia Santiago;

. Buscar assessoria para o debate em torno da educação integral e da educação em tempo integral;

. Criar novos espaços e tempos de socialização do trabalho pedagógico.


META: QUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR POR MEIO DA REVISÃO/ALTERAÇÃO DO PROJETO DE REFORMA DA ESCOLA (jan. 2013 – jul. 2015)

AÇÕES:

. Criar uma comissão para o acompanhamento da reforma da Escola;

. Redimensionar o projeto previsto para o segundo bloco, buscando a ampliação da sala informatizada e da biblioteca, por meio da criação de uma sala multimídia com tratamento acústico e equipamento tecnológico adequado;

. Defender junto à SME a necessidade, diante da atual realidade educacional, da construção de um laboratório de ciências com uma área externa para a realização de experimentos;

. Propor a ampliação da sala multiuso destinando espaço para exposição e o armazenamento de materiais;

. Retomar o projeto de humanização do espaço interno e externo: instalação de brinquedos integrados a natureza para a constituição de cantos lúdicos e de bancos e mesas para os cantos de convivência, plantio de árvores nativas e frutíferas, colocação de lixeiras seletivas;

. Redimensionar o atual espaço informal destinado a brinquedos e brincadeiras, transformando-o em uma brinquedoteca;

. Criar no ginásio um espaço adequado para depósito de materiais e do lixo/papel para reciclagem;

. Construir uma lixeira para uso da Escola e Creche;

. Defender a construção de uma área coberta próxima à guarita para a proteção das crianças/adolescentes e seus familiares;

. Repensar o projeto de reforma visando incluir aspectos de sustentabilidade e segurança no trânsito;

. Exigir da PMF o acabamento da obra de contenção do morro da Igreja.


META: QUALIFICAÇÃO DOS FLUXOS E SERVIÇOS DE APOIO ADMINISTRATIVO E PEDAGÓGICO DA ESCOLA E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS (jan. 2013 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Criar uma política de acolhimento/acompanhamento dos novos profissionais;

. Redefinir os espaços, os responsáveis e os fluxos, otimizando a utilização dos equipamentos, dos materiais didático-pedagógicos e outros;

. Informatizar os dados sobre o armazenamento de materiais didático-pedagógicos e outros;

. Disponibilizar computadores para a pesquisa na biblioteca;

. Dar continuidade à política de ampliação e qualificação do acervo da biblioteca escolar;

. Estudar a demanda da Escola em relação aos materiais de uso individual e coletivo no sentido de qualificar a solicitação à SME;

. Incentivar a participação dos profissionais em cursos de formação continuada;

. Apoiar iniciativas que possibilitem a ampliação do universo cultural dos profissionais;

. Repensar os espaços de convivência e descanso dos profissionais;

. Possibilitar melhores condições de trabalho e segurança aos profissionais de apoio.


META: QUALIFICAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO E VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DOCENTE (jan. 2014 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Criar uma política de acolhimento/acompanhamento dos novos professores;

. Repensar o projeto de formação continuada da Escola Beatriz;

. Repensar a metodologia dos Conselhos de Classe;

. Garantir a implementação da hora-atividade conforme a Portaria nº 130 de 2013;

. Qualificar o (re)planejamento do trabalho pedagógico em sala de aula, criando novos espaços e tempos de estudo, discussão e articulação das diferentes áreas do conhecimento;

. Definir, com os professores-auxiliares, diretrizes para o encaminhamento do trabalho;

. Qualificar as saídas de estudos;

. Apoiar iniciativas que possibilitem a ampliação do universo cultural do professor;

. Articular o trabalho pedagógico com a Creche Nossa Senhora Aparecida;

. Incentivar a participação dos professores em eventos culturais e educacionais.


META: AMPLIAÇÃO DO UNIVERSO CULTURAL E DA PARTICIPAÇÃO E PERMANÊNCIA DOS ESTUDANTES NA ESCOLA (jan. 2013 – dez. 2016)

AÇÕES:

. Criar uma política de acolhimento/acompanhamento dos novos estudantes;

. Apoiar iniciativas que possibilitem a participação dos estudantes em atividades educacionais, culturais e esportivas;

. Buscar a garantia do Atendimento Educacional Especializado – AEE aos estudantes com deficiência;

. Problematizar, junto à SME, a Política de AEE;

. Apoiar os alunos que apresentam dificuldades econômicas graves;

. Estudar junto ao CRAS a possibilidade de inclusão de novas famílias da Escola no Programa Bolsa Família;

. Desenvolver ações que visem à diminuição dos atuais índices de evasão e aprovação com restrição;

. Apoiar iniciativas que possibilitem a ampliação do universo cultural dos estudantes;

. Qualificar as possibilidades de espaço/atividades a serem desenvolvidas no horário do recreio;

. Retomar o projeto de escolinha de futebol com profissional especializado;

. Criar uma política de apoio aos estudantes da 8ª série/9ºano e seus familiares;

. Qualificar o trabalho de apoio pedagógico.


META: CRIAÇÃO DE UMA POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO DA ESCOLA (2014)

AÇÕES:

. Elaborar uma Política de Comunicação da Escola; criar um canal específico de comunicação da direção com a comunidade escolar - “Fale com a diretora” - utilizando-se de meios impressos, digitais e encontros pessoais;

. Incentivar projetos que envolvam leitores e escritores da palavra e da imagem, para a apropriação dos meios de comunicação a fim de que nestes se expressem os direitos das crianças, jovens e adultos à fruição e produção de material educacional de qualidade;

. Possibilitar o acesso aos meios, promover o olhar crítico, a releitura e reescritura de saberes a partir das elaborações e produções da comunidade escolar;

. Criar e implementar canais de comunicação da escola com a comunidade escolar, e desta com a sociedade, socializando e publicizando as ações desenvolvidas na e pela Escola;

. Construir um mural na entrada da Escola para socialização do calendário escolar, de eventos educacionais, artístico, culturais e esportivos da escola, da comunidade e da cidade.


OUTRAS AÇÕES:

. Fortalecer/ampliar as parcerias com outras instituições (UFSC, UDESC, SESI, ELASE, entre outras);

. Participar das discussões junto ao CCPAN e ao Fórum da Bacia do Itacorubi em torno da duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira;

. Dar continuidade e qualificar as ações em torno da segurança na Escola Beatriz;

. Discutir junto a SME e Conselho Municipal de Educação a implementação da política intersetorial (áreas da saúde, assistência e cultura) prevista no Plano Municipal de Educação.


TRANSFORMAÇÃO

Trans: “através de”, “depois de”, ou “para além de”.
Forma: “maneira de ser exterior”, “aspecto exterior”.
Ação: “o que se faz”, “agir”, “sequência de acontecimentos”.


Florianópolis, 11 de novembro de 2013.


CAMILA PORCIUNCULA SANTOS
Candidata a Direção da Escola Beatriz

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Na minha escola é a comunidade escolar quem escolhe! Participem!


Que haja o debate democrático nesse processo de eleição de diretores nas unidades educativas públicas da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis, com a garantia da ética e transparência promovendo a participação de todos da comunidade escolar como sujeitos autônomos, críticos, propositivos, protagonistas dessa história de transformação de nossas instituições escolares.

Porque na Escola e pela Educação nosso coração bate junto pelas crianças e Jovens em seu processo de formação pela, e para a cidadania plena.

Propostas iniciais do Projeto de Gestão para o cargo de Direção da Escola Beatriz de Souza Brito


Clique na imagem para ampliar

Propostas iniciais do Projeto de Gestão para o cargo de Direção da Escola Beatriz de Souza Brito

Apresentadas à Assembleia Geral da Comunidade Escolar em 06 de novembro de 2013 no auditório da Escola Beatriz.


Conto com a apreciação e comentários, bem como sugestões de todos para analisarmos e adicionarmos suas aspirações ao projeto de gestão definitivo a ser entregue para a SME no dia 08/11/13.

Acompanhe também pelo Facebook, clicando aqui.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Assembleia Geral da Comunidade Educativa para apresentação das propostas de gestão e proposições da comunidade escolar: 06 de novembro de 2013 às 19:30 h


Assembleia Geral da Comunidade Educativa para apresentação das propostas de gestão: 06 de novembro de 2013 ás 19:30 h

Em atendimento ao disposto no Artigo 6 da Portaria128/2013 que normatiza a eleição de diretores e, aos Incisos VI e VII do Artigo 3o. do Decreto 11.591 que estabelece as normas para a eleição dos diretores das unidades educativas da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis*,  na Assembleia Geral convocada pela Comissão Eleitoral da Escola para o dia 06 de novembro de 2013 às 19:30 h, apresentarei aos membros presentes da comunidade as minhas propostas iniciais, metas e ações desenvolvidas nos diálogos com as pessoas que me apoiam num primeiro momento: professores, pais, alunos e funcionários da Escola.

Sabemos que nesse processo de construção do projeto de gestão a discussão e ampliação desses pontos com todos os membros da comunidade escolar são fundamentais para a garantia do processo democrático e participativo na construção da Escola que queremos.

Os pontos discutidos nessa Assembleia serão divulgados nas redes sociais para a reflexão e apreciação de todos.

Participe da construção dessas propostas com suas sugestões.
Acompanhe o debate e deixe também seus comentários no Blog e página de Facebook:


* Acesse pelo Blog ou página de Facebook os documentos da legislação em questão:


Portaria 128/2013 (09 de setembro) . Normatiza a Eleição de Diretores das Unidades Educativas da RME

Aviso/Convocação enviado aos pais/responsáveis pelos alunos, publicado no Blog e página de Facebook da Escola


Precisamos de uma Educação transformadora


Precisamos de uma Educação transformadora

Nos últimos 50 anos o mundo e a sociedade como um todo se modificaram profundamente e, as pessoas que viveram esse tempo se modificaram mais ou menos, de acordo com suas próprias decisões em relação com o que acontece ao seu redor. Nas escolas isso não foi diferente.

Pessoas que nasceram e viveram em um regime autoritário como na ditadura militar no Brasil, onde se devia obediência cega e irrestrita às normas e valores convencionados como os ideais para se viver em sociedade, ainda manifestam em suas ações e se comportam em seus pensamentos e sentimentos com resquícios daquele tempo em que os dirigentes censuravam tudo aquilo que fosse contrário às suas regras. Simplesmente se calava a voz do outro, se discriminava e se fazia de tudo para “sumir com as pessoas do mapa” no mundo de equilíbrio entre quem mandava e quem obedecia.

Hoje há uma maior conscientização dos jovens a respeito de sua existência nesse mundo em transformação, quando as decisões ou imposições que antes eram tomadas sem levar em consideração seus sonhos e aspirações, de maneira autoritária, não são mais aceitas de maneira passiva, nem cegamente obedecidas. As crianças, muito mais, que sempre questionaram com seus “porquês” aquilo que não entendem ou não faz sentido para elas, são atualmente um claro sinal de que realmente muita coisa se modificou ao longo desse tempo todo.

Com a luta e os esforços de muitos a sociedade vai se modificando das relações autoritárias para as relações democráticas e participativas. As decisões não podem mais partir de apenas uma pessoa, ou grupo, impondo seus pontos de vistas sem levar em consideração todos os sujeitos envolvidos em alguma questão de interesse geral. Nas escolas isso também acontece.

É a Comunidade Escolar com todos aqueles que a formam quem deve se responsabilizar e se comprometer pelo destino, rumos e finalidades da Escola. Os alunos, familiares, pais e responsáveis, Professores, funcionários, coordenadores pedagógicos (diretores, administradores, orientadores e supervisores educacionais) é que são os sujeitos que fazem essa Escola. São os que devem se unir em torno de um “projeto” comum, amplamente discutido, debatido, refletido a partir de suas próprias realidades, vivências e experiências e construir os “porquês” de a Escola seguir em direção ao bom cumprimento de suas finalidades enquanto instituição de ensino. Essas discussões formam um documento que chamamos de “Projeto Político-Pedagógico” da Escola. É um documento que vai orientar os passos da Escola e de toda a sua comunidade, os passos de todos em comum na realização de todos os processos que se unem em favor de uma Escola democrática, participativa, com a colaboração de todos. Nem sempre nas escolas foi assim.

Podemos perceber que no mundo inteiro há pessoas, grupos organizados na luta pela defesa dos direitos humanos (a quem chamamos de sociedade civil) e outros bons representantes e setores da sociedade (poderes executivo, legislativo e judiciário) insatisfeitos com os desrespeitos às conquistas que garantiriam a todos uma melhor qualidade de vida e condições plenas de humanização para viver. Acontecem ao redor do planeta manifestações gigantescas que estão sendo observadas entre todos os povos, em todos os países, e crianças, jovens, adultos e idosos já não aceitam situações que lhes foram impostas arbitrariamente por algumas poucas pessoas, ou grupos interessados em controlar o mundo e tudo e todos que nele habitam.

Quando as mídias, os jornais, a televisão e a Internet não distorcem os fatos, constatamos essas manifestações como pura expressão de um descontentamento com o que está posto ou se impõem às pessoas.

Como é que é estar insatisfeito com os rumos e as decisões que acontecem nas escolas? Como é que os sujeitos que compõem a comunidade escolar se manifestam a favor ou contra do que acontece nas escolas? Essas insatisfações acontecem E, são ouvidas, acolhidas, e os sujeitos da comunidade escolar que manifestam suas reivindicações são respeitados em seus direitos de falar e participar dos rumos e destinos da escola?

As insatisfações das crianças e jovens acontecem? E as dos pais e responsáveis? E os professores e funcionários? Como, quando, onde, por quê? Quais são essas insatisfações?

O momento especial da discussão, debate e reflexão em torno da eleição para o cargo de diretor das escolas é uma oportunidade imperdível para tomarmos posições sobre o que temos e o que queremos para as escolas. É nesse momento que também expressamos nossa confiança - ou desconfiança - sobre o projeto de gestão que vai sendo construído para a discussão com a comunidade escolar.

Esses projetos são de continuísmo e conformação com o que está posto, ou é um projeto que tenha concepção na participação democrática e efetiva de todos os participantes da comunidade escolar? Esses projetos são de “direção” da escola ou de “gestão democrática” da escola?

O mundo, a sociedade, as pessoas, as crianças, os jovens, os adultos e idosos que querem o Bem Viver estão se transformando profundamente, porque as relações precisam ser mais democráticas e mais humanizadas nesse planeta em que vivemos. Nessa realidade global tudo está relacionado, todos estamos interligados uns aos outros.

Ou estamos conectados como “coisas”, como peças descartáveis dentro de um sistema desumanizador, ou estamos interligados como “sujeitos” de direitos e deveres, no compromisso de resgatar nossa humanidade que nos foi retirada sutil ou escancaradamente por uns poucos que dirigem nossas vidas.

É preciso modificar uma dinâmica que foi imposta às pessoas por anos e séculos, para que estas se formatassem como “peças descartáveis” do sistema que privilegia poucos e oprime a muitos. Essa “roda” do continuísmo irresponsável e impunemente arrastando, atropelando, moendo e triturando consciências, sonhos, aspirações, as pessoas, os grupos e o mundo já não funciona mais como funcionou antigamente. Um antigamente que ainda se faz forte, quase irresistível, presente em muitas pessoas, grupos, projetos e propostas de direção das escolas.

É preciso modificar nossas atitudes, modificarmos nossas consciências, é preciso reconhecer nossa dignidade de sujeitos com direitos iguais, é preciso que nos transformemos em seres humanos para recriarmos um mundo melhor para todos, onde todos sigamos juntos nessa caminhada e evolução, nos co-movendo por um projeto de vida emancipador, democrático, participativo, responsável.

É preciso que essa transformação se realize nas escolas.

Por isso, e muito mais, eu dou meu apoio à Profa. Camila para diretora da Escola Beatriz De Souza Brito

Leo Nogueira Paqonawta

Reprodução de postagem em Blog de apoiador na página de Facebook da candidatura
02 nov 2013